terça-feira, junho 28, 2005

Um sonho tornado realidade

Eram dez da noite quando chegou a casa, após um dia de trabalho – do seu primeiro trabalho.
Ligou o computador, leu os e-mail’s e voltou a desligar. Nenhuma novidade.
Estava cansada e doía-lhe ligeiramente a cabeça.
Decidiu estender-se naquele sofá de sonho, vermelho, atraente e extremamente confortável.
Ligou a televisão. Mas, aquele barulhinho ao ligá-la irritou-a e fez com que a desligasse de imediato.
Por fim, o silêncio instalou-se. Deitada, no sofá, olhava para aquele tecto branco da sala, como se estivesse admirar um céu estrelado.
Aos poucos, os seus olhos iam-se fechando. Estava tão anestesiada que nem se apercebia de que estava a adormecer. E, de repente, o telemóvel tocou. Desta vez, iria entrar num sono que lhe trouxesse a tranquilidade e que a fizesse sentir leve e pronta para mais um dia de trabalho. Por isso, deixara-o tocar…
Após aquele toque irritante, sorriu e voltou apreciar o silêncio. Estava instalada, de novo, naquela calma, quando o silêncio foi, novamente, quebrado.
Embora a preguiça fosse grande, lá se levantou daquele seu “sofá de sonho” e decidiu ir desligar o telemóvel. Estranhou o número, mas reconhecia-o. Decidiu atender.
Quando ouviu aquela voz – que ela conhecia tão bem – a dizer-lhe:
_ Olá!... é o Jorge…
O seu coração disparou brutalmente e começou a bater a mil à hora.
Era o Jorge. Aquele que a fazia entrar num outro mundo, esquecendo a realidade, e vaguear de corpo e alma num retrato de um homem que a fazia sonhar. Ela não queria acreditar que aquele por quem ela suspirava, aquele que ela tanto amava, aquele que um dia lhe tinha dito que não gostava dela, estava, agora, a telefonar-lhe para lhe dizer que a amava.
Ficou muda. Nenhuma palavra saia daquela sua boca, que se encontrava pasmada.
E, sem a deixar falar, disse-lhe, mais uma vez, que a amava, que amava muito. E explicou-lhe o porquê de todas aquelas mentiras, que a fizeram sofrer e que fez com que eles se separassem, de vez.

Finalmente reagiu. Primeiro, sorriu. Depois, apenas o agradeceu por estar a fazer dela a mulher mais feliz do mundo.

_ Quero estar contigo… - disse o Jorge como se lhe estivesse a fazer um pedido.
_ …
_ … preciso de te ver e de te dizer tudo o que realmente sinto, olhando-te nos olhos.
_ Tudo isto me parece tão estranho… durante tanto tempo vivi este amor sozinha, sofri por isso e, agora, tu telefonas-me e dizes que me amas. Não compreendo… também não quero compreender, só quero ter a certeza que, desta vez, não estou a sonhar. Só te peço que sejas sincero, porque eu preciso muito, muito de ti. – respondeu-lhe com uma voz calma, terna…

Falaram durante algum tempo, não muito, porque a necessidade de estarem juntos era maior.

E, antes de desligarem o telefone, murmuraram, os dois – ao mesmo tempo - :

_ amo-te!

quinta-feira, junho 23, 2005

Necessito

A caneta treme-me nas mãos. As palavras mergulham num beco de tinta permanente.
As palavras repetem-se:
Tenho medo do que posso escrever; tenho medo do que posso pensar e tenho medo desta minha incapacidade de me entregar.
E porque me conheces tão bem, não te consigo olhar.
O meu poço de sentimentos secou ou, pelo menos, encontra-se adormecido de modo a que eu não o sinta.

E os meus medos não acabam…

Tremo, porque necessito do calor do teu corpo, desse teu abraço forte que me apertava… necessito dos teus beijos doces e frios, que me causavam um forte arrepio nas mais belas noites de Verão. Necessito do teu olhar encantador, cativante e deliciosamente belo; necessito da tua voz, pausada, que me ia penetrando, lentamente, pelo meu ouvido, em surdina.

Não quero que o tempo pare! Não te quero hipnotizar, apenas necessito.

Necessito…

                                                                           ...necessito de ti, assim.

sexta-feira, junho 17, 2005

Parabéns a mim!

Parabéns a mim, que hoje, dia 17 de junho, faço 18 anos! :)

quarta-feira, junho 01, 2005

O mundo à janela entrou em férias

Tenho textos guardados,
há espera daquele momento para serem publicados. Não me tem apetecido expô-los aqui, guardo-os religiosamente só para mim, pelo menos por enquanto. Às vezes sabe bem estes momentos só nossos, em que entre o “eu” e as palavras não há mais nada nem ninguém. A leitura tem outro sabor, assim como as palavras se tornam ou mais meigas ou mais vingativas, depende.

Queria escrever algo cujo tema fossem as crianças, mas acho que o calor se está apoderar de mim e eu fico, ainda mais, preguiçosa – deve ser geral, penso eu.
Por isso, para elas, crianças, fica aqui o meu mais terno sorriso. =)

Agora, neste momento, necessito de um tempo só para mim.
Sinto falta de muita coisa e, principalmente, sinto falta de mim própria. É estranho?! Talvez o seja, mas é o que eu, neste momento, preciso.
Não vou entrar em pormenores: primeiro, porque são desnecessários; segundo, porque não quero fazer deste blog um diário por completo, embora que alguns (poucos) textos mais ou menos pessoais nunca tenham feito mal a ninguém – digo eu.

Em suma:
o blog está temporariamente de férias.
Atenção: não é um fim, apenas um descanso, quer para o blog, quer para mim. Talvez até faça bem, e voltarei, espero eu, cheia de “garra” e com textos/poemas novos...

Um beijo,
e um agradecimento especial a todos os que acompanham o mundo à janela , muito obrigada.

Sara Mota
1/06/2005