terça-feira, janeiro 31, 2006

Livre

Deixa-me aqui, a chorar sozinha. Deixa-me.
Quero beber das minhas lágrimas e secá-las, de vez. Quero amar-me. Quero reaprender a sorrir. Roubaste-me o sorriso de menina feliz, lembras-te? Claro que não.
Não sinto dor, apenas me sinto vazia. Oca, por dentro. Mandei-te embora e, depois disso, nada restou. Vazia. Até a vida me conseguiste roubar. Não te vou perdoar, nunca. Arranco o amor que tenho por ti, e entrego-o todo ao mar. Estou livre. Livre de ti. Livre de todo este amor que me enlouqueceu. Livre para recomeçar a viver, se ainda não for tarde de mais...

domingo, janeiro 29, 2006

Laura

'Laura e Jorge'


*

Há mais de dois anos com o mesmo olhar, com o mesmo sofrer e com o mesmo desejo de te querer. Finalmente, chegou a hora de dizer que este é o fim.


* de joão gil e catarina furtado
para o telefilme a noiva
2000

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Mentiras de amor

Engulo as palavras para não dizer aquilo que sinto. Tens medo de ouvir e eu tenho medo de te magoar. Olho para ti e, pelo teu olhar, vejo-me obrigada a mentir. Minto, para que possas ser feliz. Sem mim. Tens medo de saber que eu te amo. Que ainda te amo. Que te amarei. Sempre.
Sorris, como se um "eu não te amo" fosse bonito. És tão mau. Gostas de mim e mentes também. Não queres amar. Não percebo. Não queres amar e não mo deixas fazer, por ti. Quem ama são os loucos, dizes. Só os terrivelmente românticos, histéricos e melancólicos é que sabem amar, e são felizes.

Tens 39 anos. Amas e não sabes amar. Não queres sofrer.
Quem ama, sofre! E, um dia, acaba sempre por morrer desse amor. Eu não te amo, porque eu não quero ficar sem ti. – Dizes isto sempre que o nosso olhar se cruza e nós quase que acabamos envolvidos nos braços dum do outro. Sem mistérios. Com medo. Paramos aqui. Não, não gosto de ti. Só um bocadinho. E, assim, contigo, aprendi a mentir. Minto.
Minto para fingir que não te amo.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Mais uma 'corrente'... (PP)

A linda da Atlantys fez o favor de me propor este desafio e lá está, eu aceitei.

Há 10 anos...
1. Tinha eu 8 aninhos
2. Estava na 3ª Classe
3. Era tão querida e fofa e tudi e tudi :D

Há 5 anos...
1. ... Continuava a ser querida, fofa e tudi e tudi.
2. Tive a minha primeira desilusão, no campo da amizade – Ui! Foi forte.
3. Era tão feliz...

Há 2 anos...
1. Trouxe para casa um eterno amigo – o Júnior, o meu dálmata mailindo e maimaluco. ;D
2. Tinha os mesmos objectivos que tenho hoje.
3. ... Nunca pensava em estar, hoje, a responder a este teste – enviado pela Atlantys . Má. Apfum. lol


Há 1 ano...
1. Cheguei à idade que sempre achei ser a mais bonita. (Palermices)
2. Escorreram-me muitas lágrimas...
3. Comecei-me a cansar com muita coisa. E comecei a exigir menos das pessoas...

Ontem...
1. Estreei-me nestas coisas dos votos. E foi bom. lol
2. Estudei... Estudei...
3. Acabei de ler "O amor é fodido", de Miguel Esteves Cardoso.

Hoje...
1. Acordei e entreguei-me à minha vida, mais uma vez, mais um dia.
2. Fartei-me de espirrar (ai eu!).
3. Recomecei a ler "O amor é fodido", de Miguel Esteves Cardoso. (Aliás, desde que comprei o livro, já voltei várias vezes ao início. É giro :D )

Amanhã...
1. Faz dois anos que te conheci e que, pela primeira vez, te pude tocar.
2. O mais é certo é continuar apaixonada...
3. Espero que o dia me corra bem. E que tenha BOAS surpresas [notícias].

Cinco coisas sem as quais não consigo viver:
Não consigo viver sem:
1. Sem aqueles que me são importantes.
2. Sem saber que há pessoas que gostam de mim.
3. Sem me sentir realizada, quer profissionalmente, quer pessoalmente.
4. Sem amor.
5. Sem sentir que sou verdadeiramente Feliz.

Cinco coisas que compraria com 1000 euros:
1. Mas 1000 € dá para quê?! Comprava livros...
2. Roupa...
3. Coisas para oferecer àqueles de quem gosto.
4. Canetas, tintas e todo o tipo de material típico de Desenho – que há muito que não compro e, a bem dizer, há muito que não pego num pincel.
5. Na verdade, eu guardava era o dinheirinho. (Eu cá sou muito poupadinha :D )

Cinco maus hábitos que tenho:
1. Ter muito, mas muito mau feitio (isso é um hábito?).
2. Sonhar muito...
3. Ser muito contraditória.
4. Coro, sorrio, 'parto-me' a rir à gargalhada, e choro com muita facilidade. Ou seja, o meu rosto é o espalho daquilo que eu estou a sentir.
5. Ser teimosa. E muito preguiçosa, às vezes.

Três coisas que me metem medo:
1. Perder aqueles que me são importantes (seja pela morte física, ou por outra coisa qualquer).
2. Morrer sem fazer tudo aquilo que sempre sonhei – sonho - fazer.
3. A guerra e tudo o que possa causar sofrimento.

Três coisas que tenho vestidas:
1. Ténis pretos (mas daqui a nada serão as pantufas, lol).
2. Umas calças à miúda maluca xD.
3. Uma T-Shirt rosa. Sim, porque eu sou uma pessoa de muitos calores.

Três coisas que quero mesmo muito neste instante:
1. Quero concretizar o meu objectivo actual.
2. Ser Feliz.
3. Apaixonar-me pela pessoa "certa" (Na verdade, nem é isso que eu propriamente quero, mas para além do 1º e 2º ponto (este último que já inclui tudo aquilo que eu possa querer), não sei mais o que possa por aqui.)

Três lugares que gostava de visitar:
1. Veneza.
2. Brasil.
3. Paris (...) – poderia continuar :)


As pessoas que eu gostaria que respondessem a este teste são: A Jow, a Ana, a Laurinha, a Di, a Lique, a Mar, o Neo, o Borditas e o Almaro ... :)

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Pobre coração, o meu

Mais uma vez
Chorei por ti.
Hoje neguei quem me quis amar,
Porque me lembrei de ti.

Foste cruel, sabes?
Não me amas,
Mas também não me
Deixas ser amada.

És mau. Egoísta!
E o pior é que tu sabes
Que eu gosto de ti
Assim.

Porque não vais embora,
De vez?
Porque não sais deste meu coração
Que tanto te ama e tanto sofre por ti?

Ai este amor,
Que parece que, ao nascer,
Não foi destinado
Para, um dia, morrer.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

mágoa

Sofro por não saberes quem sou.
Dói-me esse teu silêncio repentino,
Essa tua vontade, inconsciente, talvez,
Em me magoares.

Sou incompleta, assim.
Nada sou, sem ti.
Não é exagero, não!
Apenas a verdade de que

Ninguém consegue viver assim:
Isolado de quem ama.
Não há isolamento possível
Que consiga resistir ao mais nobre sentimento,

Aquele que eu sempre julguei ser eterno,
Aquele que eu, ingenuamente,
Sempre quis acreditar ser imortal,
Que nada o derrubaria.

Mas, ao que parece,
O Amor é maior e,
quando ele existe,
A Amizade morre aqui!

sábado, janeiro 07, 2006

Efemeridade

anjo efémero

Escuto o silêncio da tua ausência
E sorrio por não mais sofrer.
Beijo a luz que me ilumina
E o tempo que tenho para viver.

Não compreendo esta tendência
De tanto querer,
Não suporto
Este meu jeito de ser.

Porquê amar loucamente e chorar
Por um amor que um dia morrerá?
Tudo tem um fim.
Nada para sempre viverá!

E, de olhos fechados, penso em ti,
Meu anjo, minha alma adormecida.
E perdendo a ansiedade de te ter
Vou vivendo meio a dormir, meio acordada.

Afinal, porquê sofrer se tudo é efémero?


Imagem de S.M.

domingo, janeiro 01, 2006

Passagem de Ano (PP)

31 de Dezembro de 2005

Estou a um passo de entrar no novo ano. O relógio não pára, de facto. Fecho os olhos e concentro-me nas palavras que quero que sejam escritas. As lágrimas, inevitavelmente, escorrem-me pelo rosto, suaves e límpidas. Embora esteja habituada a este misto de sensações, a verdade, porém, é que sempre que a minha mente é invadida por imagens de situações ocorridas em tempos e o meu coração invadido por sentimentos complexos por serem, talvez, tão simples, sinto-me estranha. Lembro-me de todos aqueles de que amo e que, por um motivo ou por outro, me foram, um dia, especiais. Lembro-me de todas as palavras e acções que me marcaram; de todos os sorrisos honestos que me fizeram e de todos os olhares que eu, sem me aperceber, fiz brilhar.

É difícil, às vezes, sentir-me amada. É difícil, às vezes, acreditar que não estou cá por acaso e que há quem me queira e que há quem me ache indispensável. É difícil. Mas é, para mim, tão fácil amar. Tão fácil sorrir e, também, tão fácil chorar. É tão fácil ser quem sou e tão difícil saber viver.

O meu rosto sereno deixa transparecer toda esta nostalgia, que faz com que as lágrimas caiam de forma lenta e com que as minhas mãos fluam perante este teclado que me foi, um dia, destinado.
Assusta-me a ideia de que o sonho que condicionará a minha vida futura não seja realizado. Tenho medo que isso possa acontecer. E a minha dose de optimismo acaba quando me deparo com a realidade que me aparece de forma dura e, por vezes, cruel. Acredito que os mil sonhos que tenho e que possa vir a ter os realize, mas este desejo actual, o desejo que tem a força de me mostrar o futuro, se disperse na minha capacidade de sonhar e que não passe disso mesmo: um sonho. Um sonho perdido; um sonho que não pode ser adiado, que ou se realiza agora ou jamais se realizará.
Por tudo isto, talvez prefira não fazer promessas nem juras do que será o MEU próximo ano. Aprendi, não só em 2005, mas nos últimos anos que traçar planos para serem cumpridos nem sempre dá certo.

2005. Descrevo este ano, como tendo sido um ano de contradições, ou não seria eu o belo exemplo de pessoa contraditória. A minha vida não começou, nem acabou em 2005. Por isso mesmo, 2005 foi simplesmente o prolongamento de todos os outros anos que já tive o prazer de viver.


1 de Janeiro de 2006

Encontro-me na praia. Faltam vinte minutos para a meia-noite. O céu está muito escuro, mas a noite não está fria. A praia é só minha. Corro e respiro aquele ar que me faz sentir tão bem. Caminho na direcção do mar que está tão longe... Sinto-lhe o cheiro, sinto-lhe a alma e nele consigo encontrar toda a força, toda a calma e todo o amor, para que comece, então, o novo ano abençoada. Deixo que aquelas águas mágicas me envolvam e, assim, no meio daquele mar de sonhos prometo, agora, que farei tudo para ser sempre feliz.

O relógio dá as 12 badalas. Festejo com aqueles que vieram comigo e, em seguida, corro novamente para junto do mar, pedindo os doze desejos a que tenho direito. Não sei bem se foram doze. Tenho a sensação que me faltou algum ou então pedi um a mais. Não sei. Olho para aqueles que estão comigo, sorrio-lhes e viro-me, de novo, para o mar, seguindo a sua trajectória. Fecho os olhos e sorrio com toda a minha força. Os olhos abrem-se como se renascessem para uma nova luta, para uma nova vida.

É no Golfinho que está toda a gente. Decidimos entrar. E... Acho que as palavras morrem aqui. É indescritível a sensação de liberdade ao dançar loucamente no meio de todo aquele ambiente, indescritível, também. Aos poucos os olhares iam-se concentrando em mim que de olhos fechados e com um sorriso encantador continuava a dançar. Só eu e a música. Mais nada existia.

Para recordação fica a ausência da minha voz e a sensação que o corpo está tão pesado. Amanhã passa, assim espero.

O novo ano começou!
Agarrada à Vida começo, agora, a [saber] viver o momento.