quinta-feira, agosto 26, 2004

«A escrita, afinal, é uma mentira como outra qualquer. Por muita emoção que existam nas palavras, onde estão os olhos, os gestos, o sorriso? Onde está o tom de voz, a entoação, a espontaneidade? É por ser ponderada, repensada, emendada que a escrita é falsa. Mesmo que se tente, mesmo que se esforce, mesmo que se deseje acima de qualquer outra coisa mostrar sentimentos, pensamentos e desvarios por simples palavras, linhas abandonadas no branco do papel. No fundo, é uma forma de dissimulação como qualquer outra. Mas esta é mais injusta, mais impura. As palavras são belas, e podem criar coisas imensas. Sensações plenas. Mundos novos. Como viver então com a contradição de querer escrever mas de me saber a mentir? Assumo-me. Só escrevo mentiras. O que escrevo espontâneo não é relido. É imediatamente encerrado, como se fosse um erro ou um pecado. Não é visto por ninguém. Apenas o que é pensado é passado cá para fora. Uma mentira, mesmo quando tento ao máximo que seja uma mentira menos falsa. Impossível a verdade. Palavras traiçoeiras. Mas, no fundo, alguém se importa senão eu? E eu sei o que gostaria de dizer mas não me foi possível.Isso deve bastar... »

# Colocado por pipoka @ 4:23 PM
http://maisquexato.blogspot.com/

Gostei do texto e como tal não posso deixar de concordar com cada palavra que nele está escrita.

2 à janela:

At 26/8/04 1:55 da tarde, Blogger Estrela do mar disse:

Amiga, passei só para te desejar um dia um pouco mais colorido...e já agora também subscrevo as frases desse texto. Fica bem.
Um beijinho Sara.

 
At 27/8/04 12:29 da manhã, Blogger Sara Mota disse:

Estrelita ;)*

Mocho,
o que eu te percebo... mas não te esqueças é 1000 vezes preferível uma conversa "olhos nos olhos" do que através de palavras e a explicação está no texto ;)*

 

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