Há sempre um novo olhar
Os seus olhos perderam o brilho, quando chegou ao restaurante e ele ainda não tinha chegado. Respirou fundo e decidiu sentar-se. Estava uma noite bonita, apesar do frio que se fazia sentir lá fora.
Há quinze minutos que esperava, inquieta, por ele. Olhava, invariavelmente, para o relógio, assim como para a porta. O tempo custava a passar. Decidiu, então, retocar a maquilhagem. Colocou a sua mão, delicada, dentro da mala, na tentativa de encontrar, no meio de tanta confusão, o seu batom rosa claro. Pintou os seus lábios finos que estavam, agora, ainda mais atraentes e convidativos. Mas, antes de regressar à sua mesa decidiu ligar-lhe. Marcou o número, que não estava gravado, mas que ela sabia de cor, e esperou, nervosa, que ele atendesse.
_ Francisco…?!
Do outro lado da linha, Madalena só ouvia uns gemidos que lhe provocaram um nó forte na garganta. Mas, mesmo assim, voltou a repetir o nome dele e, mesmo que não obtivesse resposta, dizia-lhe o que queria dizer.
_ Francisco, estou aqui, no restaurante que tu escolheste, à tua espera. Estás atrasado uma hora, mas eu ainda estou e ficarei aqui até tu chegares.
E, do outro lado, uma voz feminina murmurou cruelmente:
_ Francisco?? [risos] O Francisco está demasiado ocupado para deixar de fazer o que está a fazer e ir, a estas horas da noite, a um restaurante ter com uma mulher louca e esfomeada que não vê um homem há séculos.
Madalena ficou seca por dentro. Estagnada, em frente ao espelho, deixou deslizar o telemóvel, que tinha nas mãos, acabando por ficar inerte no chão.
A única coisa que pensou é que só podia ser a Matilde. Uma ex-colega sua e do Francisco. Uma menina mimada, embirrenta e gorda que sempre teve inveja dela. Os anos passaram e Madalena nunca mais se encontrou com Matilde, que se deveria ter tornado numa mulher muito apelativa. Afinal, ela até tinha um rosto engraçado, não fosse o facto de ser (muito) gorda e de ter um ar irritante. Porém, ultimamente, o Francisco falava, algumas vezes, nela, dizendo o quanto ela tinha mudado; na bela morena, sardenta, de corpo escultural e de olhos grandes: pretos. Mas, Madalena não era uma mulher ciumenta e acreditava, fielmente, no amor de Francisco.
Olhou, de novo, para o espelho. Viu, nele, a sua imagem reflectida. Não se achava feia, antes pelo contrário. Era nova, um ano mais nova que o Francisco e que a Matilde. Tinha uma postura firme, embora tivesse um ar ingénuo de menina, delicada.
Madalena amava o Francisco desde os tempos da primária. Tinha 24 anos – ele 25 – e namoravam há já dez anos. E, era isso que custava. Era duro perceber o porquê de toda aquela situação. Mas, apesar de tudo, Madalena reagiu bem. Olhou-se, pela última vez, ao espelho. Sorriu.
Sentou-se na mesa que lhe estava reservada. E, de passos firmes, ia-se aproximando um homem, que a olhou nos olhos e de voz prudente e sensual disse:
Há quinze minutos que esperava, inquieta, por ele. Olhava, invariavelmente, para o relógio, assim como para a porta. O tempo custava a passar. Decidiu, então, retocar a maquilhagem. Colocou a sua mão, delicada, dentro da mala, na tentativa de encontrar, no meio de tanta confusão, o seu batom rosa claro. Pintou os seus lábios finos que estavam, agora, ainda mais atraentes e convidativos. Mas, antes de regressar à sua mesa decidiu ligar-lhe. Marcou o número, que não estava gravado, mas que ela sabia de cor, e esperou, nervosa, que ele atendesse.
_ Francisco…?!
Do outro lado da linha, Madalena só ouvia uns gemidos que lhe provocaram um nó forte na garganta. Mas, mesmo assim, voltou a repetir o nome dele e, mesmo que não obtivesse resposta, dizia-lhe o que queria dizer.
_ Francisco, estou aqui, no restaurante que tu escolheste, à tua espera. Estás atrasado uma hora, mas eu ainda estou e ficarei aqui até tu chegares.
E, do outro lado, uma voz feminina murmurou cruelmente:
_ Francisco?? [risos] O Francisco está demasiado ocupado para deixar de fazer o que está a fazer e ir, a estas horas da noite, a um restaurante ter com uma mulher louca e esfomeada que não vê um homem há séculos.
Madalena ficou seca por dentro. Estagnada, em frente ao espelho, deixou deslizar o telemóvel, que tinha nas mãos, acabando por ficar inerte no chão.
A única coisa que pensou é que só podia ser a Matilde. Uma ex-colega sua e do Francisco. Uma menina mimada, embirrenta e gorda que sempre teve inveja dela. Os anos passaram e Madalena nunca mais se encontrou com Matilde, que se deveria ter tornado numa mulher muito apelativa. Afinal, ela até tinha um rosto engraçado, não fosse o facto de ser (muito) gorda e de ter um ar irritante. Porém, ultimamente, o Francisco falava, algumas vezes, nela, dizendo o quanto ela tinha mudado; na bela morena, sardenta, de corpo escultural e de olhos grandes: pretos. Mas, Madalena não era uma mulher ciumenta e acreditava, fielmente, no amor de Francisco.
Olhou, de novo, para o espelho. Viu, nele, a sua imagem reflectida. Não se achava feia, antes pelo contrário. Era nova, um ano mais nova que o Francisco e que a Matilde. Tinha uma postura firme, embora tivesse um ar ingénuo de menina, delicada.
Madalena amava o Francisco desde os tempos da primária. Tinha 24 anos – ele 25 – e namoravam há já dez anos. E, era isso que custava. Era duro perceber o porquê de toda aquela situação. Mas, apesar de tudo, Madalena reagiu bem. Olhou-se, pela última vez, ao espelho. Sorriu.
Sentou-se na mesa que lhe estava reservada. E, de passos firmes, ia-se aproximando um homem, que a olhou nos olhos e de voz prudente e sensual disse:
_ Uma jovem donzela, tão bonita, não pode jantar sozinha. Posso sentar-me e fazer-lhe companhia?
Madalena, inconscientemente, deu uma gargalhada tímida e, em seguida, respondeu:
_ Pode…
14 à janela:
As melhéres são todas iguais, pfff!!! Só porque o rapaz tinha um "trabalhinho" entre mãos, ficou logo cheia de raiva, essazinha de Madalena!!! :tsc:
Querida Sara
à beira dum precipício, a tentação de dar um grande passo em frente...
Um beijo
Daniel
JC,
olha que tu levas... é que levas mesmo!! E tu sabes que eu dou a sério :D Por isso... ;P
Daniel,
sempre tão presente, aqui, neste muito à janela...
Obrigada, por isso, :)*
gostei, como sempre...
:)
ass:Neo
REALMENTE AS MULHERES SÃO UNS BICHOS MUITO COMPLICADOS...! ! !
Adoro a tua janela! Desculpa a ausência...o tempo nem sempre é amigo.
Jinhos
Amar sem ser amado, é o mesmo que ser campeão e não ter título! Não rima mas é verdade!
Agora mais sério,
Obrigado pela tua visita ao Bifanas. Espero que por la´continues a ir. Gostei da tua "janela".
Beijo. Paulo
Ainda bem, Hugo :)
Acácio Simões,
ai ai, ai... não gostei, apfum!!
lol ;P
Vera Cymbron,
ora, eu compreendo-te perfeitamente... ;)*
Paulo Dâmaso,
volta sempre! :)
Esta história pede continuação.
Vais lha dar?
Pensa nisso.
Jinhos
Amor Maior,
volta, sim, terei todo o prazer no teu regresso :)
António,
não me parece que dê continuação, em todo o caso, pensei "nisso" ;P
não prometo nada, vamos a ver... ;)*
Pá...
amava o gajo desde a primária???
e quem é que atendeu o telefone???
e porque raio é que ela não tinha o número de telefone do tipo que é namorado dela há 10 anos gravado?? :|
Olha quem ele é...!!! ;P
1º Sim.
2º A Matilde
3º precisamente pq o sabia de cor...
percebeu?! ;D
Inverosímil.
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