Idades
Quis falar de idades, pensei que fosse fácil, mas enganei-me. Nunca escrevi tanto e nunca apaguei tanto o que escrevi. É difícil. É ainda mais difícil quando o assunto se assemelha à realidade. Não me preocupa como estarei daqui a dez/vinte anos, mas preocupa-me, e muito, como estarão aqueles de quem eu gosto, aqueles que me são muito importantes. A diferença de idades é, um tanto ou quanto, um pouco grande. É isso que me assusta; é isso de que fujo, de que me tento iludir, pensando que eu crescerei, mas que eles ficarão sempre assim. Suspensos no tempo, com a mesma imagem, com o mesmo espírito. É esse o meu maior medo. O medo de os ver perder e isso, isso eu não posso tolerar, não posso nem quero consentir. Não quero! E isso basta.
A minha maior fraqueza são os sentimentos e as emoções que não consigo controlar.
Hoje apetecia-me tanto vê-los, todos eles. Olhá-los e sentir que os vou ter sempre comigo. Sempre.
A minha maior fraqueza são os sentimentos e as emoções que não consigo controlar.
Hoje apetecia-me tanto vê-los, todos eles. Olhá-los e sentir que os vou ter sempre comigo. Sempre.
28 à janela:
Pronto,
E lá me escapou uma lágrima… inevitável ;(
Não vale a pena torturar-mo-nos com o que ainda não sucedeu...
Sobre isso, nada a fazer, a vida é assim.
Mas encontro o futuro quase sempre mais fácil, do que me parecia.
E é hoje que vivemos, não é?
;)
...vou a caminho dos 60... tenho filhos a caminho dos 35 e netos a caminho dos 11...
...tenho ainda uma mãe a caminho dos 90...
...idades!... agora que cheguei a este ponto da vida, coloco-me num ponto central de tudo e olho à volta de tudo o que me rodeou ao longo dos 59 já vividos...
...relembro os momentos em que nunca pensava que iria chegar a "velho"... mas lembro-me de pensar nos meus "velhos" quando eu era "novo"...
...relembro tudo o que vivi e sorrio... relembro tudo o que de bom passei e sorrio... relembro tudo o que de mau passei e sorrio, sorrio porque estou "aqui" e por nada deste mundo ou de outro qualquer lamento ou quero sequer lamentar tudo o que fiz, tudo o que passei, tudo e que na altura julguei ser correcto fazer...
...fiz coisas boas e coisas más
...hoje sei que estou numa idade em que sobram recordações mas continuo a sorrir; sei que não vou cá ficar e sorrio...
...sorrio porque valeu apena tudo o que já vivi
...sorrio porque não lamento nada do que fiz
...sorrio ao pensar que todos os que ainda não chegaram até "aqui", um dia quando "aqui" chegarem, irão sorrir da mesma forma que eu estou a sorrir...
..."eles" (quem quer que sejam, pais, filhos, irmãos...) partirão um dia... mas... até lá, até ao dia da partida, vale a pena estar aqui e continuar a sorrir (por muitas lágrimas que cá dentro estejam acumuladas)...
:)*
minha idade é este momento!
beijo
É uma ilusão pensarmos que os amigos são nossos. Nunca foram nem o serão. E cá continuaremos a nossa caminhada. As ausências e regressos fazem parte deste nosso amadurecimento, dos obstáculos que nos fortelecem interiormente. Vivamos o presente e desfrutemos da magia que é continuar a encontrar pessoas admiráveis. Bjinho ;)
É natural que se derramem algumas lágrimas. Infelizmente a nossa sociedade não nos ensina a lidar com a perda de alguém querido...
Não te deixes consumir com o que há-de ser, afinal de contas a única certeza que temos na vida é a morte.
Não adies para amanhã aquela conversa com aquele amigo, sempre que te lembrares de alguém liga-lhe, não deixes para depois... Pode ser tarde demais, e aí sim, vais ficar com a sensação de "eu podia ter feito mais qualquer coisa"...
Fica bem, espero que tenhas tido uma boa Páscoa e obrigada pela visita lá ao cantinho! Volta sempre, eu cá vou regressar ;)
Controlar sentimentos e emoções...mas, Sara, esse é o grande desafio de todos.
Fica bem
Diz sua eminência o Dalai -Lama, que não podemos fazer nada pelo passado e nem nada pelo futuro, por isso resta-nos viver o presente.
Acho que têm razão, o Dalai-Lama.
Um abraço.
Idade?
"O que torna infeliz a primeira metade da vida, que apresenta tantas vantagens em relação à segunda, é a busca da felicidade, com base no firme pressuposto de que esta deva ser encontrável na vida: o resultado são esperanças e insatisfações continuamente frustradas. Visualizamos imagens enganosas de uma felicidade sonhada e indeterminada, entre figuras escolhidas por capricho, e procuramos em vão o seu arquétipo.
Na segunda metade da vida, a preocupação com a infelicidade toma o lugar da aspiração sempre insatisfeita à felicidade; no entanto, encontrar um remédio para tal problema é objectivamente possível. De facto, a essa altura já estamos finalmente curados do pressuposto há pouco mencionado e buscamos apenas tranquilidade e a maior ausência de dor possível, o que pode ocasionar um estado consideravelmente mais satisfatório do que o primeiro, visto que ele deseja algo atingível, e que prevalece sobre as privações que caracterizam a segunda metade da vida. Arthur Schopenhauer"
Obrigado pela visita
Obrigada pelos vossos comentários…
Aos que passaram aqui pela primeira vez,
Sejam bem-vindos e voltem sempre ;)
Em relação ao post…
… é pá, há coisas que não me conformo… e depois, há dias e dias…
;)
E eu, no post “Carta” , Sábado, Novembro 20, 2004, escrevi isto: «Alimento-me dos momentos passados, sobrevivo a pensar no futuro, mas, principalmente, vivo a pensar no presente. »
Sabes que aqueles que amas irão mudando mas tu também. E irás inevitavelmente perdendo alguns, fisicamente, porque ficarão sempre contigo. Vive o dia de hoje. E aprecia e acarinha todos os dias aqueles que amas. É a única forma de lidar com isso. :) Beijinhos
A limpidez da tua escrita é impressionante. Por isso, porque não pegas nessa tua limpidez e vives o presente como se não se soubesses se há amanhã?... Independentemente da idade só temos a certeza de que estamos vivos hoje e há que aproveitá-lo e não enchê-lo com medos do que há-de vir.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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Comoveu-me o tema porque penso muitas vezes nisso. Um beijinho e obrigada pela visita :)*
Lique,
Mas parece que faz parte do ser humano ter medo daquilo que não conhece.
Enfim… já estou como “o” outro “há dias e dias…”. Nada que não se resolva. Lol
:)**
maria_arvore,
obrigada pelas palavras… =)))
Mitsou,
Sabes… acho que devemos pensar em tudo aquilo que pode mexer connosco, mas não devemos deixar com que isso interfira, de modo algum…
Irra, que falar parece fácil… ;P
Olá Sara
Obrigado pela visita. Para a semana estarei mais por aqui.
Um beijo
Daniel
Sara,
Sabes essa mania da perseguição do tempo tem sempre um aspecto negativo, por vezes tapa-nos a felicidade presente com a angustia do futuro.
Sabendo que todos nós somos simples mortais aproveita enquanto podes dos seres que te são queridos.
Daniel Aladiah ;)
Borditas,
já sei, já sei...
eu sou mto contraditória e, por isso, também me chateio comigo... enfim... ;S
;)
Olha eu tenho que concordar com o que aqui já foi dito: o único remédio para esse sentimento é viver intensamente cada dia. E só! :) Beijinhos
Sara
Eu acho que não conhecia o teu blog (obrigado pela tua visita de há dias).
Gostei do que li. Dos temas, da linguagem, tudo. Vou colocar o teu link logo que possa.
Quanto ao post de hoje, abordas um assunto complicado. Eu já passei pelo que tu descreves e, no que se refere aos meus pais (por exemplo) ainda estou na tua fase...
Mas, por outro lado, já estou numa idade em que outros poderão (creio bem que sim) ter as tuas preocupações, pois já tenho filhos que pensam.
Gostei muito da maneira como abordaste a questão.
Voltarei muitas, muitas mais vezes, para te ler.
Beijinhos.
estou nos sessenta e estou a adorar.
com 19 tinha duas crianças e foi bem difícil, vivendo em pleno "mato" de Angola com a guerra a estourar todos os dias.
na vida há lugar para todos os "actores" como no teatro, e todos se complementam.
o que eu quero também dizer é que gosto muito deste blog que me parece muito "sentido". um abraço
estou com sessenta e um e estou a adorar.
com 19 tinha duas crianças e foi bem difícil, vivendo em pleno "mato" de Angola com a guerra a estourar todos os dias.
na vida há lugar para todos os "actores" como no teatro, e todos se complementam.
o que eu quero também dizer é que gosto muito deste blog que me parece muito "sentido". um abraço
amigateatro, cada vez que pensares nas pessoas que muito estimas fala com elas, dá-lhes um beijo, faz-lhes um telefonema. Eles vâo adorar e tu também! E assim viverás um quotidiano mais luminoso.
Um beijinho :-)
Obrigada a todos pelos vosso comentários... :)
Nilson,
sê bem-vindo, então..
e aparece sempre que assim o entenderes :)
Obrigada*
Obrigado pela visita que fizeste ao meu cantinho!
Aparece sempre!
Mesmo velhinha!
Os amigos não os possuimos nem podemos controlar os seus "tempos" (passados, presentes, futuros), mas as recordações são nossas e podemos ficar com elas o tempo que quisermos e ,por vezes, até o tempo que não queremos.
Beijo*
Seu texto fez-me lembrar de pessoas que amo e que aos poucos vão partindo e deixando um vazio muito grande na alma. Este é o ciclo da vida, não quero, mas devo aceitar.
Um abraço.
Hoje estou mais feliz que fui ontem.
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