sábado, outubro 15, 2005

Ser imperfeito

Arranco todas as folhas que contam a minha vida, que demonstram o ser imperfeito que eu sou. Faço destruir tudo o que me possa, um dia, denunciar. Queimo os sentimentos escritos em folhas de papel antigas.
Pretendo que tudo o que existe de mim se evapore e que nada reste, nem mesmo a capacidade de amar.
Aos poucos, tudo vai ficando em cinzas. Tudo, menos aquilo que eu sinto; menos as minhas lembranças; menos os meus amores, ódios, alegrias e desilusões.
Tudo pode ser destruído, menos aquilo que se encontra dentro de mim. É poderoso demais e, por mais que eu queira, não me consigo libertar de mim própria.
Acabou. De tudo o que existia, só eu e as minhas lágrimas sobraram.
A minha imagem invade o espelho. Não me reconheço. Os meus olhos, cor de mel, dizem que eu tenho que voltar a nascer, que só assim me posso, verdadeiramente, conhecer.

3 à janela:

At 18/10/05 12:45 da manhã, Blogger Margarida V disse:

adorei o blog, adoraria ter-te nos meuss links, se te parece bem diz-me qualquer coisa.
espero a tua visita. :)

 
At 20/10/05 1:24 da tarde, Blogger Poesia Portuguesa disse:

Um texto que é verdadeira Poesia... Adorei!

Seca as lágrimas e sorri para a Vida... essa Vida que te tornará feliz, se quiseres!!

Um abraço terno ;)

 
At 20/10/05 3:34 da tarde, Blogger Sara Mota disse:

Margarida,
:)
Claro que o mundo à janela pode estar nos teus link ;)
Vou em seguida ao teu cantinho :)

PP,
outro abraço, igualmente terno ;)*

 

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