Reencontro

A contagem decrescente começara. O tic-tac do relógio tornara-se incomodativo e deveras insuportável. Eram dois corpos separados e unidos pelo mesmo pensamento.
Finalmente, a contagem decrescente chegara ao fim. As saudades aumentaram radicalmente e a ânsia de que o momento desde há muito esperado chegasse, era muita.
O momento chegou. Estavam preparados para o reencontro, para o fim-de-semana só deles em que tudo à sua volta seria secundário. Naqueles dois dias, só eles faziam parte do mundo.
O brilhozinho nos olhos era inevitável e a troca de olhares não passava despercebido. Ela sorria e corava e ele, receoso, sorria, também.
Esqueceram-se de tudo o resto. Dos medos; dos receios e das dúvidas; da história complicada que tinham que passar para poderem ficar juntos. Naquele momento só o amor contava.
Um amor adulto mas vivido de modo adolescente, inconsciente, talvez. Mas é de amor que se fala e isso explica tudo. Não se escolhe quando e quem se ama. Vive-se, ama-se e nada mais.
Quem passava e os via, sorria.
Era bom ver um amor assim. Ninguém sairia indiferente, sem um sorriso no rosto, depois de ver o grande sentimento que pode existir entre duas pessoas.
Agora, o tic-tac começara. O tempo passara a uma velocidade aterradora. Iriam, por tempo indeterminado, ficar longe um do outro. O brilhozinho nos olhos passou, o sorriso esmoreceu. O tempo “só deles” tinha chegado ao fim.
Beijaram-se e disseram adeus.