segunda-feira, setembro 27, 2004

Fica aqui: Amiga.

Existes.
Assim já posso descansar.
Confio em ti. Sei que para sempre me irás ajudar.
És conforto.
Sinto-me bem,
tendo-te.
Dás-me a segurança que procuro
não deixas que o barco se vá ao fundo
jamais permitirás que as estrelas deixem de brilhar.
Vou dormir. Vou, certamente, sonhar.
Fica aqui:
Até eu adormecer.
Fica aqui:
Protege-me do escuro da noite,
das terríveis lembranças que possa vir a ter.
Fica aqui:
preciso tanto de ti.
Abraça-me.
Hoje, agora, não digas nada. Abraça-me.
Deixa que eu sinta que te vou ter,
para sempre, no meu viver.
Fica aqui:
porque...


... eu gosto tanto de ti!

sexta-feira, setembro 24, 2004

Melancolia



Perco-me na esperança
revolto-me com um “não”
desespero, perante esta solidão.
Sorrio face ao olhar
choro a um canto isolado.
Acredito na mentira
não oiço a verdade.
Caminho sob a muralha da vida
escutando o vento
perdendo-me numa estranha alegria.
Escondo-me do mundo
mas há sempre quem me encontre.
Devaneio ao luar
e deixo-me ficar
a ver o tempo passar.



PS: imagem de autor desconhecido

segunda-feira, setembro 20, 2004

Derrotado por si mesmo

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Caíste.
Foste derrotado.
Pela incerteza. Pela dúvida.
Pelo medo.
Preferiste parar
deixar de lutar.
Preferiste morrer
sem o teu sonho conhecer.
Aquele mar para onde tu olhas,
transmite uma face derrotada
Um olhar de perdedor.
Perder sem tentar
é como:
Viver sem amar.
Desististe.
De ti. Do mundo.
Assim,
A vida nada te pode dar.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Criança

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É tão bom ser-se criança
Brincar sem se preocupar
Sorrir puramente
E de olhos doces, amar.
Viver num sonho constante
Viver para um único ser.
Por onde está
A alegria, a sua harmonia,
Tudo,
Tudo ela dá.
Sem maldade no olhar
Sem ódio no coração
Tem todo o mundo nas mãos.
É anjo
É a ingenuidade que a faz ser:
Criança
E com direito a todo o amor ter.
Pois é assim que merece viver.

quarta-feira, setembro 15, 2004

Comentários

Depois de várias pessoas me terem pedido para que os “anónimos” pudessem comentar, pensei e acedi ao pedido.

E por isso este post serve para informar que a partir de agora qualquer pessoa, caso queira, pode comentar.

quinta-feira, setembro 09, 2004

À Janela...

Os dias vão passando mas os sentimentos continuam intactos, inalteráveis.
Sinto o meu coração anestesiado como se nada mais sentisse a não ser a tua ausência.
Perco-me em sonhos. Em sentimentos e experiências vividas. Entrego-me incondicionalmente a este meu outro mundo, esquecendo-me por momentos, algumas horas, da realidade. O mundo de ilusão, talvez. Um mundo onde o pôr-do-sol ainda é das coisas mais belas de se ver. Um mundo sem perguntas, um mundo que, ainda, me faz acreditar que não há amores impossíveis; que não há nada que não se possa ultrapassar.



O meu coração pergunta por ti
Anseia pela tua chegada
Pela tua eterna estadia.
Saboreio palavras antigas
Escuto vozes entristecidas
Encontro o teu olhar,
Guardo-o em meu pensamento
Para o recordar em qualquer momento.
Já não te procuro,
Só te espero.
Já não te culpo,
Pois ainda te venero.
O tempo pode passar,
Mas este meu amor será para durar.
Enquanto não chegas, vou:
Lembrar-me de ti
Recordar o som da tua voz
A eterna doçura dos teus olhos
E as mais duras das tuas palavras.
É assim que vou ficar
Sem me questionar,
Apenas quero sonhar
Que um dia ainda te poderei amar
Sinto calor
Com a ausência do teu amor.
Sinto frio
Pela certeza do que sinto.
Nada quero esquecer
Nem mesmo, “aqueles” , sons desafinados
Nem os frutos imaginários.
Sei que tudo ultrapassarei
Irei vencer
E contigo, para sempre, puder viver.




PS: Imagem de autor desconhecido.

segunda-feira, setembro 06, 2004

A escrita

Brinco com as palavras como se as conhecesse desde há muito. Elas percebem-me. Ouvem-me e soltam-se. Entre riscos e rabiscos há sempre frases, um conjunto de palavras, que se podem aproveitar. Simples. Espontâneas.
Abandono-as. Quero deixar de ser sua cúmplice. Apelam à minha criatividade. Não quero. Esboçam simpatia. Continuo a não querer. Já não sei mais o que escrever. A alma está escura. As cores que em mim existiam desapareceram. O interior está vazio. Ouve-se o eco da minha voz; da minha triste decisão. Reconcilio.
As palavras andam, agora, soltas. Meio que perdidas. Sem rumo. Sem ninguém para as usar. O meu rosto esboça uma expressão triste, de sofrimento por perder aquilo que eu tanto gostava de fazer: escrever. Já não há letras para o fazer. Assim quis. Permanece o vazio dentro de mim. Peço para que voltem. Renascem. Agradecem. E começam, de novo, a dar o que de melhor têm: sentimento; emoção e sorrisos.
A escrita é, na verdade, o meu amor de estimação.

sábado, setembro 04, 2004

Mulher

Prisioneira do tempo
escrava da vida,
ser incompreendido,
que jamais será percebido.
No peito trás a responsabilidade
e a dura realidade
de uma vida cruel e injusta.
Ser sensível,
que com as lágrimas
liberta a dor,
dor muitas vezes vivida no silêncio,
que lhe sufoca o pensamento
mas nunca a capacidade de amar,
amor esse que lhe é libertado,
mas nem sempre correspondido.
Talentosa,
enfrenta a vida com a dureza de uma rocha,
mas com a sensibilidade de uma flor.
Sofre,
por dar tudo e não receber nada,
nem mesmo a compreensão
e em vez de um agradecimento
Leva com uma repreensão.
É mãe,
é Mulher.


Março de 2004

quinta-feira, setembro 02, 2004

Tu queres. Eu não.

Anseio pelo dia
Em que me procurarás
E eu te fugirei;
O dia que me quererás
E eu te negarei.
Tudo se irá modificar,
Uma vida virada do avesso
Se irá transformar.
Imagens abstractas
E lágrimas,
Muitas lágrimas.
Tuas. Somente tuas.
Vão escorrer nesse rosto
Que tantas vezes olhei,
Que tantas vezes ansiei tocar,
Nesse rosto,
Que eu escolhi para me apaixonar.
Olhas para os meus olhos
Que tanta vez choraram por ti.
Olhas e dizes que me queres;
Que me desejas;
Queres que seja tua eternamente.
Queres que eu me enrole nos teus braços,
Sorria e que me esqueça dos momentos passados.
Tu queres. Queres tudo.
Mas agora tudo mudou.
O amor acabou.
A dor já passou.
E eu renasci,
Aprendi a viver,
A viver sem ti.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Jamais te direi adeus

Não me apetece fazer nada. Nem se quer parar para saber como me sinto. E talvez seja esse o problema. Não quero sentir. Pelo menos hoje. Prefiro ficar aqui. Assim: de olhos postos para o nada. Mas na verdade quero sentir-me ocupada, pois só assim em nada penso. Mas não adianta. Estou consciente que ando a fugir aos meus próprios pensamentos. Na verdade, ando a fugir de mim, pois só assim eu deixo de pensar em ti. Fartei-me de sorrir quando me apetecia chorar. E por isso, agora, muito lentamente deixo as lágrimas escorrerem. E nada faço para as impedir. Porque quero continuar a pensar em ti. Porque não te consigo dizer adeus. Não quero aceitar que a nossa vida irá, para sempre, ter dois caminhos. O meu. O teu. Dois caminhos paralelos que jamais se irão cruzar. Isso assusta-me.
Já não sei o que sinto, nem o que quero sentir. Tu conseguiste modificar por completo os meus sentimentos. Fazer com que sejam eles a comandar a minha vida.
As palavras começaram a deixar de fazer sentido. Sinto-me obcecada por um único ser: tu. Tento ignorar-te, mas não consigo. Então tento fazer daqueles de quem gosto o centro das minhas atenções. Mas tu consegues estar sempre presente. Uma música, uma palavra, uma voz, um olhar ... tanta coisa que me faz pensar em ti. E então vejo-te lá no fundo. Tento agarrar-te mas tu foges. Corro, corro sem olhar para trás, sem ver o caminho que já percorri e o que vou deixando ficar. Só penso em alcançar-te.
E anoiteceu: percebi então que tudo não tinha passado de uma miragem. E deixei-me cair, no meio daquela estrada de alcatrão. Deixei-me ficar. As lágrimas pararam de escorrer. Olhei pela última vez tudo aquilo que me rodeava. Então sorri e deixei-me adormecer.