segunda-feira, agosto 29, 2005



Penso no caminho que tenho a percorrer e desisto, assim, tão facilmente.
Nem a lembrança que eu tenho do teu rosto me dá a força, necessária, para continuar.
Deixo-me ficar, deitada naquela estrada de alcatrão. Ali, estendida, deixo o meu corpo imune a todos os sentimentos que possa vir a ter. Mas é estranha esta sensação de solidão. Sem forças para me levantar, reparo que me encontro completamente só. Sinto que fui ali deixada sem dó nem piedade.

Talvez, numa bela tarde, onde o calor ainda se faz sentir, passe por aquela estrada deserta um herói que, montado no seu cavalo branco, me arranque daquele chão. E, assim, poderemos seguir caminho.


Imagem tirada por Joana V.

terça-feira, agosto 23, 2005

Dilemas para toda a Eternidade?!

Sempre que se sente triste tem a necessidade de colocar umas certas e determinadas músicas... O pior é que essas mesmas músicas são demasiado mágicas, fazendo com que fique mais calma, mas também se sinta mais triste e pensativa. E quando começa a pensar… a pensar… deixa-se cair numa melancolia enorme que a consome por dentro. É inevitável não pensar nele. Ele é-lhe importante, mesmo que ela já não o ame. Mas, mesmo assim, ele continua a ser muito especial. É mágico, também, como as músicas.
E, de repente, vê-se a transcrever tudo aquilo que sente numa folha de papel já usada.

És-me importante, bolas! Essencial. Mesmo que o que sinta por ti já não seja tão divino, continuo achar que preciso pensar em ti para viver. Não quero que este amor – que na verdade já não existe – seja obsessivo. Mas... Eu preciso de ti. Compreendes?! Preciso de estar contigo.

Eu é que, na verdade, já não compreendo nada. Não compreendo esta necessidade de amar e de sofrer.

Temos culpa de amar? Diz-me. Tenho culpa de me ter apaixonado por ti e, por mais que queira, não consigo tirar-te dos meus pensamentos? Tu não respondes e eu acredito que sim, que tenho culpa de tudo o que me possa acontecer. Pensas que não sofro com isto tudo? Pensas que só não grito a todo o mundo que já não te amo, porque não quero assumir que te deixei de amar, que te perdi mesmo que nunca te tenha tido na realidade? Talvez estejas certo e seja mesmo isso que está acontecer. Talvez a única confusão que de momento existe é mesmo essa: o não crer admitir que já não te amo, que já não necessito de ti de maneira depressiva e eterna.

As lágrimas já caiem com dificuldade, já não têm a mesma força de há um tempo atrás. Tento acreditar que isso é bom, mas, a verdade, é que não me sinto bem de nenhuma forma. Não me sinto bem dizendo que te amo e não me sinto bem dizendo que o meu coração está de novo livre...

São cruéis estes sentimentos. É cruel esta idade...


Não se atreve a ler o que escreveu. Amachuca o papel e, num acto de fúria, atira-o para o chão.
Coloca a música do início, deita-se na cama e agarra-se à sua almofada. Fecha os olhos. E adormece enquanto que, inevitavelmente, as lágrimas continuam a cair...

sábado, agosto 20, 2005

Choro pela mata.
Esvazio os pensamentos;
arranco o coração
e entrego-o nas tuas mãos.

Caminhando a passos largos
as lágrimas vão secando
e o sorriso
até então difícil de alcançar
Começa, agora, a se mostrar

Não me importa a insensatez
Não hesito! E continuo a caminhar.

Percorro um sonho!
E mergulho neste mar
que me vai permitir
continuar a sonhar…

Na despedida... (PP)

SEGUE O TEU DESTINO

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.

(...)

Fernando Pessoa (Ricardo Reis), Odes


"Sociável
Amiga
Responsável
A minha filha chama-se assim...

És um doce! Beijocas!
A DT. do 9ºC"

sexta-feira, agosto 05, 2005

Férias (PP)

Os últimos dias têm sido, de certo modo, para esquecer e, para piorar, o calor vai aumentando e eu não o suporto. Detesto o calor e, por conseguinte, sou amante da chuva. Prefiro a tranquilidade, o sossego do Inverno ao invés do calor e do mal-estar que me provoca o Verão. Mas, como tudo na vida, o Verão tem o seu lado bom: as férias! É verdade, as benditas e tão esperadas férias.

Vou estar uma a duas semanas ausente d’o mundo à janela. Vou, amanhã, para Terras distantes, por isso, espero que também vocês se divirtam, porque é o que eu espero fazer.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Nas profundezas do mar

Mergulho num mar imenso que, aos poucos, me vai sufocando. Tento pedir ajuda, mas a minha voz esconde-se num lamento que me impede de o fazer. Vejo-me rodeada por um cenário que me atormenta, e incomoda-me aquele silêncio das águas que, aos poucos, me vão afogando.
No meio do mar distinguem-se as minhas lágrimas, que vão caindo sobre o meu rosto sem se desfazerem. A morte é dolorosa. Lenta. Cruel. Começa-me a faltar o ar. Tento ir ao de cima, mas há uma força, mais forte do que eu, que me prende nas profundezas do mar. Esforço-me por manter os olhos abertos. E, de momento, a única coisa que se mantém viva é a minha memória. As imagens são nítidas. Recordo-me dos mais belos momentos; dos imensos sorrisos que esbocei; da felicidade que tinha em percorrer aquele prado só nosso… recordo-me do teu sorriso traquina, dos teus olhos doces, do teu rosto tão delicado e do teu jeito de criança. Fazes-me falta. A tua inocência consegue-me acalmar. Eras o meu anjo. És o meu anjo.
Agora, vão-me falhando as forças e, por mais que tente, os olhos vão-se fechando. Começo a entrar numa escuridão. Num beco que já não me assusta, porque começo a deixar de sentir.
Os olhos fecham-se, de vez. Entro, por fim, num sono profundo e deixo-me levar pelas águas.